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domingo, 4 de dezembro de 2011

Histórias curiosas da trajetória de Sócrates


Histórias curiosas da trajetória de Sócrates
A morte de Sócrates, aos 57 anos, confirmada pelo Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, às 4h30 (de Brasília) da madrugada deste domingo, em consequência a um choque séptico, deixou uma lacuna no futebol brasileiro. Ex-companheiros de Sócrates no Corinthians e na Seleção Brasileira, Palhinha, Alfinete e Oscar lembraram histórias envolvendo o "Doutor" a pedido do Terra.

Carlos Alberto Dario de Oliveira, o Alfinete, 50 anos, foi lateral direito do Corinthians entre 1982 e 1983. Nesses dois anos disputou 107 partidas pelo time e conquistou o Campeonato Paulista em ambas as temporadas. Mas seu início no clube não foi tão fácil: se transferiu do XV de Jaú em março de 1982 com a missão de substituir Zé Maria, ídolo da torcida e quarto jogador que mais vezes atuou pelo clube, com 599 exibições.

Logo na chegada a São Paulo, o jovem de então 21 anos foi recepcionado por Sócrates. "Quando fui para o Corinthians ele estava servindo a Seleção Brasileira que se preparava para a Copa do Mundo. Ele estava de folga (do time), mas foi me visitar no hotel. Imagina você chegar e receber do maior nome do Corinthians esse apoio", conta.

Autógrafos com hora marcada por Alfinete

Naquele período, Sócrates já havia sido campeão paulista em 1979 pelo time alvinegro, o qual defendia desde 1978. Alfinete, que dividiu o quarto muitas vezes com o ex-meia em concentrações corintianas pelo interior de São Paulo, relembra que o antigo colega era muito carinhoso com os fãs.

"Ficávamos concentrados no quarto e o telefone não parava de tocar. Era muita gente lá na frente do hotel querendo falar com o Magrão. Ele pedia para eu atender e falar: 'diz que às 11h eu desço'. E depois falava com todos, dava autógrafos", lembra. "Tenho grandes recordações dele, principalmente de uma de suas maiores virtudes: ele era muito atencioso".

Oscar e o nariz quebrado por Sócrates

Titular ao lado de Sócrates da Seleção que foi eliminada na segunda fase do Mundial de 1982 com uma derrota por 3 a 2 para a Itália no Estádio do Sarriá, em Barcelona, o ex-zagueiro Oscar, 57 anos, teve uma convivência marcante com Sócrates - no sentido literal.

"Ele deixou uma marca para mim", brinca. "Uma vez, eu jogando pela Ponte (Preta) e ele pelo Corinthians, teve uma bola longa chutada pelo goleiro, e ele era alto, um pouco maior que eu. Dividimos e eu tive uma fratura no nariz. Meu nariz é torto até hoje".

Oscar iniciou a carreira no clube de Campinas, defendeu o São Paulo entre 1980 e 1987 e se acostumou a enfrentar Sócrates desde a época em que este atuava pelo Botafogo de Ribeirão Preto, time em que o ex-meia foi revelado.

"Ele sempre precisava de marcação especial, tinha uma cultura acima da média dos jogadores da época, o raciocínio muito rápido", prossegue Oscar. "Eu o considerava um dos grandes jogadores para ver e conviver. Não é agora que morreu que vai virar santo. Era um gênio da bola - isso sem levar muito a sério. Treinava na Seleção, se dedicava - tudo bem -, mas não é que precisasse treinar muito fisicamente para se destacar".

Emocionado Palhinha fala em Sócrates "imortal"

Entre os ex-atletas ouvidos pela reportagem, o mais emocionado era Vanderlei Eustáquio de Oliveira, o Palhinha, 61 anos. O ex-atacante, que jogou no Corinthians entre 1977 e 1980, recordou a conquista do Paulista de 1979.

"Passamos grandes momentos nesses dois anos em que tivemos a oportunidade de jogar juntos. O mais importante foi o título de 1979, contra a Ponte Preta, quando ele (Sócrates) marcou um gol e eu marquei outro", cita. Na terceira partida da decisão daquele campeonato, disputada em 10 de fevereiro de 1980 em um Morumbi lotado, o Corinthians superou o adversário campineiro por 2 a 0.

Com a voz embargada, Palhinha, que defendeu ainda a Seleção Brasileira e se destacou pelo Cruzeiro, perguntava qual seria o local e o horário do enterro do ex-meia, informações que no momento em que atendia o Terra ainda não haviam sido confirmadas.

"A tristeza é muito grande, é um transtorno. Uma pessoa igual ao Sócrates, pelo que representou no futebol e como homem, é alguém que se torna imortal. Ficará a imagem de um grande amigo, irmão, dos grandes momentos que vivemos e do relacionamento que sempre tivemos", diz ele, que mora em Belo Horizonte.

Pouco depois da entrevista, a família de Sócrates informou que o corpo do ídolo corintiano já deixou São Paulo e chegará às 13h (de Brasília) deste domingo a Ribeirão Preto, onde será velado no Cemitério de Campo Bom. O enterro está previsto para acontecer pouco antes da 38ª e última rodada do Campeonato Brasileiro de 2011, cujo título ficará com o Corinthians ou com o Vasco.

Terra

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