Responsável é acusado de homicídio múltiplo e abandono da embarcação
O comandante do navio Costa Concordia, Francesco Schettino, e um dos oficiais, Ciro Ambrosio, foram presos neste sábado (14). O navio, com mais de 4.000 passageiros, naufragou nesta madrugada num banco de areia perto da ilha de Giglio, na Itália. Ao menos três pessoas morreram e dezenas ainda estão desaparecidas.
De acordo com os jornais italianos Corriere della Sera e La Republica, a prisão foi confirmada pelo promotor-chefe Francesco di Grosseto Verus, que interrogou o comandante por várias horas. As acusações podem ser homicídio múltiplo e abandono do navio afundando enquanto ainda havia passageiros a serem resgatados.
As ações do comandante, de 52 anos e de origem napolitana, e seu primeiro oficial estão sendo estudadas pelos investigadores. Segundo o comandante, a rocha sobre a qual o navio encalhou não estava descrita na carta náutica.
De acordo com o procurador Francesco Verus, o impacto ocorreu às 21h45, "mas não foi sentida imediatamente a capitania”, informa o Corriere della Sera.
Brasileiros
A empresa Costa Cruzeiros anunciou a nacionalidade e o número exato de passageiros a bordo Concorde. Ao todo, haviam 3.216, sendo a maioria de italianos (989), alemães (569), franceses (462), espanhois (177), croatas e americanos (respectivamente 129 e 127) e 56 de outras nacionalidades. A estes devem ser adicionados os 1.013 membros da tripulação. As informações são do jornal Corriere della Sera.
O consulado do Brasil em Roma informou que 53 brasileiros estavam no navio. Segundo o consulado, a empresa Costa Cruzeiros, dona da embarcação, disse que 47 dos brasileiros eram passageiros e os outros seis, tripulantes. Até o momento, não há informações de brasileiros entre os mortos, feridos e desaparecidos. Um grupo de 26 brasileiros que estava no navio já está a caminho de Milão, segundo a embaixada brasileira na cidade. O telefone de emergência do Consulado Brasileiro em Milão é 00xx39 335 727 8117 e do Consulado Brasileiro em Roma, 00 39 333 1184 682.
Ajuda
Na ilha de Giglio as autoridades convocaram a população para ajudar na acolhida aos passageiros do cruzeiro. Moradores abriram suas casas para receber os viajantes, assim como centros esportivos e a pequena igreja da localidade serviram de abrigo. Centenas de habitantes que durante o inverno vivem na ilha ofereciam alimentos e deram o conforto às pessoas que chegavam à ilha.
Algumas lojas abriram durante a noite e a população cedeu cobertores e roupas para que não passassem frio. Sobre os eventuais atrasos no salvamento, a Capitania dos Porto de Grosseto, à qual Giglio é ligada, anunciou a abertura de uma investigação. O capitão de corveta Emilio do Santo admitiu os atrasos. A embarcação envolvida no acidente é o cruzeiro "Costa Concordia", a maior italiana de passageiros, pertencente à companhia "Costa Cruzeiros". O navio encalhou por causas ainda desconhecidas e está escorado a 80 graus em uma região arenosa com profundidade de 30 metros.
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