Delegado diz que um dos cinco acusados continua foragido nesta terça.
Estudante espancado na Ilha do Governador se recupera de cirurgia.
O quarto jovem suspeito de agredir o estudante Vítor Suarez Cunha, de 21 anos, se apresentou à 37ª DP (Ilha do Governador) e foi preso na tarde desta terça-feira (7), segundo o delegado Deoclécio de Assis Filho. Com isso, apenas um dos cinco rapazes que espancaram o estudante continua foragido, como informou o delegado.
Felipe Melo dos Santos, que prestou depoimento na segunda-feira (6), está na delegacia aguardando transferência para uma carceragem da Polinter. Equipes de policiais estão à procura do quinto suspeito, já identificado como Edson Luiz Júnior.
Outros três agressores já estão presos: William Nobre Freitas, Tadeu Assad e Rafael Zanini Maiolino.
O delegado também ouviu o soldado da Aeronáutica Yuri Ribeiro, nesta terça-feira. Ele usou a internet para prestar solidariedade a dois amigos presos e fazer ameaças. A Aeronáutica já abriu sindicância para apurar o caso e, em nota, informou que ele poderá ser excluído da Força Aérea Brasileira (FAB).
A polícia identificou mais um jovem que não teria participado das agressões, mas assistido a tudo sem fazer nada para impedir as agressões do grupo. Ele também será intimado a depor.
Estudante espancado se recupera no hospitalRecuperando-se num hospital de uma cirurgia em que colocou 63 pinos no rosto, em função do espacamento que sofreu na Ilha do Governador na madrugada de sexta-feira (3) por um grupo que agredia um morador de rua, Vitor conseguiu falar com dificuldade na manhã desta terça-feira (7). Ele, porém, não quis comentar as agressões que sofreu. Disse apenas que quer "voltar a fazer as coisas que fazia."
"Estou melhorando, mas tem todo esse processo ainda para eu me acostumar, com a cirurgia. Mas, em vista de tudo, estou ótimo. Quero voltar a fazer as coisas que eu fazia, poder comer o que eu comia, sair, ver televisão", disse o jovem que deixou o CTI do Hospital Santa Maria Madalena nesta manhã.
Segundo o cirurgião Silvério Moraes, a previsão é que ele tenha alta nesta terça ou na quarta-feira (8). Segundo sua mãe, Regina Suarez, a noite de segunda (6) para terça (7) foi difícil, pois Vítor teve muitas dores e demonstrou sinais de ansiedade.
"Ele não conseguiu dormir a noite toda. Mas só em saber que ele está se recuperando... Estou feliz", disse Regina.
O cirurgião confirmou que nesta manhã teve que administrar ansiolíticos para o jovem conseguir dormir. Já o cirurgião Leonardo Peral disse que em três semanas fará exames para saber se o movimento do olho direito foi afetado.
"Temos que aguardar de duas a três semanas para que o edema regrida, para que a gente possa ver a movimentação do globo ocular. Ele não tem risco de ficar cego, está neurologicamente perfeito e cooperativo", explicou o cirurgião.
Agressores são seis, diz amigoO amigo de Vítor, Kleber Carlos Silva, que foi o primeiro a ir falar com o grupo para pedir que parassem de importunar o morador de rua, disse que os agressores são seis, e não cinco como indica a investigação policial.
Kleber explicou que um grupo de cinco rapazes, conhecidos na região, estava na praça agredindo o mendigo, que acabou atravessando a rua para se proteger. Mais tarde, segundo contou, é que teria chegado o sexto integrante do grupo, Rafael Zanini, que o teria segurado para impedir que ajudasse Vítor.
"São conhecidos, o Tadeu estudou comigo e o Rafael morou no prédio em que morei, por isso foi fácil identificar na polícia", contou.
Enquanto falava com o grupo, Vítor chegou e começou uma discussão, disse Kleber. Ele explicou que Vítor foi agredido de surpresa por William Bonfim Nobre Freitas e Felipe Melo dos Santos.
"Na confusão, consegui separar e pedi para Vítor atravessar a rua. Ele atravessou. Quando voltei para falar com Tadeu, fui agredido pelas costas por todo mundo", contou o jovem.
Kleber disse ainda que Tadeu atravessou a rua para agredir Vítor, seguido por William.
"Conseguiram imobilizar o Vítor e ele estava tomando muitos golpes na cabeça. Foi mordido nas costas", contou Kleber, explicando que, nesse momento, Rafael chegou e o segurou, impedindo-o de ajudar o amigo Vítor.
Mendigo não se lembraNa noite de segunda-feira (6), o mendigo que foi agredido pelo grupo de jovens disse, em depoimento, que não se lembra de nada. As informações são da 37ª DP (Ilha do Governador), responsável pelo caso.
Segundo a polícia, o morador de rua estava num abrigo da prefeitura também na Ilha do Governador. Ele foi localizado através de informações.
G1
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