A presidente Dilma Rousseff viajou hoje para o México para participar da 7ª Cúpula do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo. Os chefes de Estado e de Governo vão se reunir em três sessões de trabalho amanhã e terça-feira, em Los Cabos, para discutir maneiras de contornar a crise e retomar o crescimento global.
A agenda deverá ser monopolizada pela crise europeia, agravada nos últimos meses, e que já está provocando a desaceleração do crescimento mundial. Dilma deve reforçar no G20 a defesa das medidas adotadas pelo Brasil para enfrentar os problemas financeiros internacionais, baseadas no estímulo ao consumo e aos investimentos internos.
Além das sessões conjuntas, a presidente deverá ter encontros bilaterais durante o encontro. Dilma também deve aproveitar a reunião do G20 para buscar um acordo sobre as divergências em postos do texto final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. O documento tem que ser aprovado pelos chefes de Estado, que se reunirão do Rio de Janeiro entre os dias 20 e 22 próximos, etapa final da conferência.
O governo brasileiro quer chegar a essa etapa com um texto que tenha o máximo possível de consenso, e Dilma deverá trabalhar por isso durante o G20, inclusive em conversas com líderes que não virão ao Rio, como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a chanceler alemã Angela Merkel.
Cúpula dos Povos denuncia manobra do G20
O Grupo de Articulação do Comitê Facilitador da Sociedade Civil para a Rio+20/Cúpula dos Povos divulgou nota à imprensa protestando contra a iniciativa dos governos participantes do encontro do G20, no México, de trazer para a Rio+20 um "pacote pronto e definido".
“As consequências da atitude antidemocrática, predatória e gananciosa dos governos dos países mais desenvolvidos, a serviço dos interesses de suas corporações, serão com certeza dramáticas para o futuro do planeta e sua população. Ao contrário, a Cúpula dos Povos reafirma sua luta contra a mercantilização e privatização da Natureza, a favor da Justiça socioambiental, de uma governança global democrática e da defesa dos Bens Comuns da Humanidade”, diz o texto divulgado pela Cúpula.
Veja a íntegra da nota:
Nota para a imprensa
Não é pura coincidência que a Cúpula do G20 se realize no México nos dias 18 e 19 de junho, dois dias antes da Rio+20. Ambas as cúpulas são certamente
acontecimentos muito diferentes, sobretudo em termos de legitimidade, transparência e multilateralismo.
Quando o G20 anunciou que uma das cinco prioridades da agenda para a Cúpula deste ano era o que chamam de “crescimento verde”, começou a se desvelar a ameaça que agora aparentemente se consolida. A presença no México dos presidentes das maiores economias, muitos dos quais não virão ao Rio de Janeiro, complementa as noticias de que as principais decisões da Rio+20 já chegarão em um pacote pronto e definido pela reunião do G20. Assim, a atual correlação de forças no mundo utilizará mais uma vez o caminho da imposição de sua lógica dominante.
Os movimentos sociais e as organizações da sociedade civil, que realizam neste momento a Cúpula dos Povos no Rio de Janeiro, repudiam e denunciam esta ação que reforça não só o sistema econômico que vem promovendo a mercantilização e financeirização da natureza, como, sem nenhum pudor, já impõe o sequestro das democracias do mundo.
As consequências da atitude antidemocrática, predatória e gananciosa dos governos dos países mais desenvolvidos, a serviço dos interesses de suas corporações, serão com certeza dramáticas para o futuro do planeta e sua população.
Ao contrário, a Cúpula dos Povos reafirma sua luta contra a mercantilização e privatização da Natureza, a favor da Justiça socioambiental, de uma governança global democrática e da defesa dos Bens Comuns da Humanidade.
Agência Brasil
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