A escalada do nível de dióxido de carbono na atmosfera preocupa climatologistas. Pela primeira vez, houve registros no Ártico de médias superiores a 400 partes por milhão (ppm). A marca reforça o impacto das emissões provocadas pelo homem e é vista como um alerta para os danos que as mudanças climáticas deverão causar.
- Durante o mês de abril, a média superou as 400ppm pela primeira vez em todo o Ártico – disse o pesquisador Pieter Tans, da agência americana para atmosfera e oceanos (NOAA, na sigla em inglês). - Estamos (ao aumentar os níveis de CO2 na atmosfera) em um jogo perigoso.
Os níveis de CO2 atingem o pico em em abril e caem ao longo do verão, com a absorção de plantas. Por causa desta variação, as médias registradas em 2012 deverão ser um pouco menores, cerca de 393ppm.
Para especialistas como Tans, porém, a média anual gloval deverá chegar em poucos anos a 400ppm. O Ártico não é o único local em que estão sendo registrados níveis recordes. A agência meteorológica do Japão já relatou níveis superiores a 400ppm entre março e abril na estação de monitoramento de Ofunato.
- Aumentar os níveis de gases-estufa na nossa atmosfera é como subir a potência de um cobertor elétrico - afirmou Jim Butler, diretor da Divisão de Monitoramento Global da ESRL - Você sabe que vai aquecer, mas não sabe quão rapidamente a temperatura vai subir.
Cientistas ressaltam, porém, que ainda não se sabe quais são os níveis considerados seguros de CO2 na atmosfera. E que a marca de 400ppm é puramente psicológica. Mesmo assim, ativistas do grupo 350.org se organizam para que haja uma redução de emissões até chegarem a 350ppm.
O Globo
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