A Entrega da bandeira olímpica ao prefeito da capital fluminense, mais do que um ato protocolar, representou que as Olimpíadas pertencem a partir de agora ao Brasil, com todas suas alegrias e responsabilidades que a realização de um acontecimento desse porte traz.
Menos teatro e mais música na festa final
Mais musical e menos teatral, assim foi a cerimônia de encerramento dos Jogos de Londres. Se na festa de abertura o texto de William Shakespeare foi o fio condutor do evento, a despedida teve como seu ponto de partida o discurso de Wiston Churchill, primeiro-ministro que liderou a Inglaterra durante a 2ª Guerra Mundial. O cinza típico dos céus da capital inglesa, representado através de páginas de jornais que cobriam veículos, cenários e atores espalhados no centro do Estádio Olímpico, deu lugar a uma explosão de cores, tendo como trilha sonora sucessos do pop britânico. Do grupo juvenil One Direction, passando por bandas como Kinks, Madness, Petshop Boys, Kaiser Chiefs até a referência máxima Beatles, a música foi o grande destaque do evento.
E as músicas do quarteto de Liverpool pontuaram os momentos mais marcantes da festa, que se prendeu ao lado contemporâneo da cultura britânica pós-década de 1960. E foi ao som de um clássico dos Beatles, "Here comes the sun", que os principais atores dos Jogos de Londres entraram no estádio. Vários atletas que conquistaram medalhas nesta edição das Olimpíadas surgiram no meio da plateia e se encaminharam para o gramado, onde delegações dos países participantes se encontravam.
Príncipe na tribuna e a "rainha" no sistema de som
Entre o público presente, coube ao príncipe Harry representar a Família Real. Sem interagir com o evento como "fez" na cerimônia de abertura sua avô, a rainha Elizabeth II, o terceiro na linha de sucessão ao trono acompanhou de forma protocolar a festa ao lado da cunhada Kate Middleton (esposa do príncipe William) e do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o belga Jacques Rogge.
Entre o público presente, coube ao príncipe Harry representar a Família Real. Sem interagir com o evento como "fez" na cerimônia de abertura sua avô, a rainha Elizabeth II, o terceiro na linha de sucessão ao trono acompanhou de forma protocolar a festa ao lado da cunhada Kate Middleton (esposa do príncipe William) e do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o belga Jacques Rogge.
Se Sua Majestade não estava no Estádio Olímpico desta vez, outra "rainha" se fez presente num dos momentos mais bonitos da festa. Quando tocou "Bohemian Rhapsody", do grupo de rock Queen, milhares de leds espalhados nas arquibancadas foram acesos formando um grande mosaico colorido que se movimentava ao ritmo da música. Ao contrário do que se esperava, não houve a projeção holográfica do falecido líder e vocalista da banda, Freddie Mercury, no centro do gramado, mas em telões.
A Parte musical ainda contou com apresentação de cantores como George Michael, Annie Lennox (ex-Eurythmics), Emeli Sandé, Jessie J., Tinie Tempah e Liam Gallagher (ex-Oasis), do DJ Faboy Slim e grupos como, Take That, Muse e Spice Girls, que se reuniram especialmente apenas para esse evento.
Saem o pop e o rock, e entra o samba
Logo após apresentação dos músicos remanescentes do Queen (que tocaram "We will rock you"), veio o momento mais esperado para os brasileiros: a transferência da bandeira olímpica. O prefeito de Londres, Boris Johnson, subiu ao palco central com a bandeira e a passou para o presidente do COI. Em seguida, Jacques Rogge a entregou para o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. A partir dali, os Jogos passaram, literalmente, para as mãos do povo do Brasil.
A Entrega da bandeira foi a deixa para a festa brasileira no Estádio Olímpico. Durante oito minutos, a cultura do país foi representada através de seus clichês: o samba no pé, representado pelo gari passista Renato Sorriso, o sincretismo religioso, na figura da cantora Marisa Monte vestida de Iemanjá, a mistura de culturas, explicitada numa dança indígena e na música "Maracatu atômico", cantada pelo rapper carioca BNegão. Depois da entrada do "malandro" Seu Jorge (que cantou "Nem vem que não tem", uma das principais músicas do estilo que ficou conhecido como "pilantragem"), o palco se transformou numa réplica do calçadão de Copacabana, onde, ao som de "Aquele Abraço", capoeiristas e passistas e a modelo Alessandra Ambrósio evoluíram abrindo alas para um dos maiores ícones do país: Pelé. Samba, ginga e futebol, esse foi o cartão de apresentação da cidade-sede das próximas Olimpíadas.
Agradecimentos aos voluntários de Londres e convite aos Jogos de 2016
Após a festa brasileira, o presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Londres (Locog), o ex-atleta Sebastian Coe, emocionou-se ao agradecer aos voluntários que ajudaram na realização do evento, que pela terceira vez na história dos Jogos da Era Moderna acontecia na capital inglesa (depois de 1908 e 1948). Em seguida, o presidente do COI exaltou a participação dos atletas no evento e fez um convite ao mundo para acompanhar as Olimpíadas no Rio de Janeiro.
Depois dos discursos protocolares e cerca de três horas de show, foi a vez de a pira olímpica ser apagada. Cada uma das 204 pequenas tochas que representavam os países presentes no evento foram apagadas lentamente, indicando o fim da festa do esporte. E ao som dos clássicos sucessos do grupo The Who, Londres passava a bola para o Rio. Agora é conosco. 2016 é logo ali.
Globoesporte.com
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