Destroços foram localizados no meio do oceano Atlântico, a 3.900 m de profundidade
Uma equipe de resgate conseguiu nesta quinta-feira (5) recuperar o primeiro corpo dos destroços do voo Rio-Paris da Air France que caiu no Atlântico há quase dois anos, anunciou a polícia francesa, segundo a agência de notícias France Presse. O acidente com o avião A330 da Airbus provocou a morte de 228 pessoas.
O comunicado da Direção Geral da Polícia Militar francesa (DGGN, na sigla em francês), afirma que o corpo submerso há dois anos a uma profundidade de 3.900 m ainda está "preso ao assento do avião" e deteriorado. Ele foi levado a bordo do navio Ile de Sein no início da manhã de hoje, informou a DGGN.
- Coletas foram efetuadas pelos investigadores da polícia a bordo e serão encaminhadas na próxima semana, juntamente com as caixas-pretas do avião, a um laboratório de análises a fim de determinar a possibilidade de uma identificação por meio do DNA.
O resgate dos corpos acontece em condições "particularmente complexas e inéditas", pois além do tempo que permanecerem no fundo do mar, eles podem não resistir às mudanças de temperatura da água durante o seu içamento à superfície.
Apesar disso, a fortíssima pressão da água a quase 4 km de profundidade mantém a estrutura corporal coesa na água, segundo a BBC Brasil.
Operação de resgate dos corpos começou nesta quarta (4)
A operação destinada a recuperar os corpos dos passageiros do voo Rio-Paris da Air France, que caiu no oceano Atlântico 1º de junho de 2009 começou nesta quarta-feira (4).
Os corpos de alguns passageiros foram encontrados flutuando no oceano pouco depois do acidente, mas a maioria das vítimas nunca foi localizada.
Eles estavam junto aos destroços do aparelho, que foram localizados no começo de abril, em uma área de 600 m por 200 m.
As causas do acidente do Airbus A330, que ainda não foram explicadas, podem ser conhecidas após a análise das duas caixas-pretas, resgatadas no domingo (1º) e na segunda-feira (2).
Resgate é tema "espinhoso" para família das vítimas
Nesta semana, Robert Soulas, vice-presidente da associação francesa de famílias de vítimas Entraide e Solidariedade AF447, disse que "o problema dos corpos é um pouco espinhoso.
- Há um aspecto traumatizante, não se sabe em que estado se encontram.
Já as famílias brasileiras das vítimas do voo da Air France indicaram, por sua vez, que desejam que todos os corpos das vítimas sejam trazidos à superfície e que as caixas-pretas resgatadas sejam decifradas fora da França.
Para Nelson Faria Marinho, presidente da associação das vítimas brasileiras, "é preciso subir com todos os corpos", seja qual for o seu estado.
Airbus e Air France são investigadas por homicídio culposo
No plano judiciário, Airbus e Air France começaram a ser recentemente investigados por homicídio culposo.
No que diz respeito à investigação técnica, realizada pelo Escritório de Investigações e Análises (BEA na sigla em francês), a explicação do acidente pode estar próxima graças à recuperação das duas caixas-pretas, que parecem estar em bom estado e cujos registros fônicos (Cockpit Voice Recorders, CVR) foram colocados sob sigilo judicial.
Os investigadores determinaram até agora que a falha das sondas de velocidade, chamadas de Pitot, foi uma das causas da tragédia.
Mas consideram que este problema (congelamento das sondas a uma grande altitude) não pode explicar por si só o acidente.
No início de abril, os restos da aeronave foram encontrados a 3.900 m de profundidade não muito longe de sua última posição conhecida, antes do início, na semana passada, das operações de busca mais recentes.
Fonte: r7
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