Relatório do IBGE mostra como recursos naturais aumentam potencial econômico da região
É no território da Amazônia Legal – que atinge dez Estados e corresponde a 59% do território brasileiro – que estão 45% de toda a água subterrânea potável do país. O dado foi divulgado nesta quarta-feira (1º) pelo relatório Geoestatísticas de Recursos Naturais da Amazônia Legal, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A Amazônia Legal ocupa uma área de mais de 5 milhões de km2, onde vivem em torno de 24 milhões de pessoas, segundo o Censo 2010, distribuídas em 775 municípios, nos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins (98% da área do Estado), Maranhão (79%) e Goiás (0,8%).
Estima-se que 91% da água subterrânea do Brasil estariam em aquíferos porosos, dos quais 49,45% estariam na Amazônia Legal, ou seja, a região responde por 45% de toda a água subterrânea do país, destaca o relatório.
A participação dos aquíferos porosos em relação à área emersa total (superfície, excluindo-se os rios) da Amazônia Legal é de 68,3%, e há três principais províncias, ou grandes áreas, de rochas sedimentares: a do rio Amazonas, a do rio Parnaíba ou do Meio-Norte e a do Paraná-Parecis, que, em conjunto com as reservas de menor porte, abrigam um total de 101.920 km3 de água doce.
As maiores áreas de aquíferos porosos encontram-se no Amazonas (1.344.201,7 km2), no Mato Grosso (677.135,1 km2) e no Pará (513.818,9 km2).
O Acre e o Maranhão têm os maiores índices de participação, superiores a 90%, reflexo de um subsolo constituído quase que unicamente por rochas sedimentares. Roraima (33,8%) e Amapá (33,2%) apresentam os percentuais mais baixos, embora as extensões de aquíferos porosos em ambos os estados também sejam bastante significativas.
Potencial econômico da Amazônia Legal
No relatório Geoestatísticas de Recursos Naturais da Amazônia Legal, o IBGE ainda avaliou a distribuição e a frequência com que minerais e rochas ocorrem na região, o que possibilitou avaliar não só o potencial hídrico, mas a quantidade de combustíveis fósseis (petróleo, por exemplo); e da formação de concentrações de minérios de valor econômico na região. Foram investigados 14 indicadores de recursos naturais.
As rochas ígneas, capazes de concentrar maior potencial mineral, com tendência à formação de jazidas de metais nobres, estão concentradas na sua maioria no Pará (51,9% das rochas ígneas da AL).
Assim como as rochas metamórficas, que apresentam potencial como fonte de ouro primário, que se concentram no Estado, número equivalente a 37,3% da extensão desse tipo de rocha.
Muito carbono no solo
Estima-se que, no Brasil, 75% das emissões de CO2 sejam oriundas de mudanças no uso da terra, seja pela erosão e a decomposição da matéria orgânica dos solos, seja pela conversão de florestas e outras formas de vegetação natural para o uso agropecuário.
Daí a importância dos estoques de carbono para o balanço de gases de efeito estufa na atmosfera.
Em média, o solo da Amazônia Legal tem, no seu horizonte superficial (profundidade máxima de 50 cm, com espessura média de 30 cm) um estoque de carbono orgânico de 55,7 toneladas por hectare, sendo que essa concentração não é uniforme e varia entre 0,1 e 208,7 toneladas por hectare, com predomínio da classe de 40 a 60 t/ha.
Ao considerar a profundidade de até um metro de solo, o valor médio do estoque de carbono aumenta para 95,7 t/ha, podendo chegar ao máximo de 250,5 t/ha, com predomínio da classe de 80 a 100 t/ha.
FONTE:R7
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