O governo tem em mãos uma lista com, pelo menos, três encargos que pretende eliminar para reduzir o preço da energia, afetando imediatamente a tarifa ao consumidor. A afirmação é do diretor da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Edvaldo Santana.
O corte de encargos causaria, na sequência, uma redução na conta de luz.
A possível adoção das medidas é vista como uma forma de acalmar os ânimos da indústria, pressionada pela perda de competitividade, e para reduzir a tarifa cobrada nas contas, uma das mais altas do mundo.
Até o momento, os encargos mais cotados para serem extintos são a CCC (Conta de Consumo de Combustíveis), que serve para custear a geração de energia na região Norte; a RGR (Reserva Global de Reversão), fundo criado para indenizar usinas que não fossem amortizadas; e o ESS (Encargos de Serviços do Sistema), usado para garantir a segurança da oferta de energia.
Os três encargos que estão na lista do governo são dispensáveis e apenas um deles (o CCC) não pode ser suprimido imediatamente.
"A RGR já deveria ter acabado no ano passado, mas o governo prorrogou até 2035. A rigor, se o governo quiser extinguir esse encargo, não tem problema", disse.
Sobre a ESS, disse que "jamais deveria ter existido". Santana também é a favor do fim da CCC, mas destacou que a medida requer que se observe os prazos de contratos em vigor.
ISOLADOS
Atualmente, Estados como Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Acre e Amapá não estão interligados ao restante do sistema elétrico nacional e, por isso, precisam fazer uso de fontes mais caras de energia - como o óleo diesel.
"Enquanto existirem sistemas isolados é preciso ajudar esses consumidores a pagar pela energia elétrica", diz o diretor da Aneel.
Para equalizar os valores cobrados de cada usuário nas diferentes regiões do país, parte da diferença nas tarifas é distribuída a todos Estados.
A previsão é de que o governo integre grande parte do sistema ainda no ano que vem. Mesmo assim, alguns contratos continuariam tendo de ser honrados, impedindo a extinção imediata da CCC.
Folha Online
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