domingo, 13 de maio de 2012

Justiça do DF quebra sigilos e bloqueia bens de Carlinhos Cachoeira.


A Justiça do Distrito Federal quebrou o sigilo bancário, fiscal e telefônico, além de bloquear os bens do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e de mais sete pessoas denunciadas por formação de quadrilha e tráfico de influência em um processo para contratar o serviço de bilhetagem eletrônica dos ônibus no DF. Entre os denunciados está o ex-diretor da construtora Delta Claudio Abreu.

A decisão ocorreu depois de pedido do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, feito na última quarta-feira. A descoberta do esquema foi feita por meio de gravações telefônicas da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que prendeu Cachoeira no final de fevereiro.
O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), teria tentado negociar com o bicheiro Carlinhos Cachoeira segundo grampos telefônicos divulgados pelo jornal "O Estado de S.Paulo"; diálogos gravados pela PF também indicam suposta cobrança de propina no governo do DF em relação a contratos de lixo. O governador nega as acusações e diz que elas são "tentativas desesperadas" de incluir PT no escândalo Mais 16.dez.2011 - Ueslei Marcelino/Reuters

O sigilo bancário, fiscal e telefônico de Cachoeira já havia sido quebrado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga no Congresso a relação do bicheiro com políticos e agentes públicos.
Conforme a acusação do MP, Cachoeira e dois outros acusados comandaram uma operação para direcionar o contrato, que renderia R$ 60 milhões por mês à Delta. A própria quadrilha teria elaborado o projeto básico e o edital para a licitação.

Um ex-assessor da Secretaria de Planejamento do Distrito Federal foi cooptado pela quadrilha para cuidar de seus interesses no governo Agnelo Queiroz (PT). Mesmo exonerado do cargo em 31 de dezembro de 2010, ele tinha crachá em 2011 e, segundo a denúncia, circulava livremente no Palácio do Buriti, que abriga a Secretaria de Transportes.

Em uma das escutas, Cachoeira ordena que Geovani Pereira da Silva, apontado como seu contador, pague R$ 50 mil a Valdir dos Reis, lobista encarregado de azeitar o negócio na secretaria. O diálogo indica que o dinheiro provinha da conta de Abreu. Onze dias depois, Reis conseguiu reunião do secretário de Transportes do DF, José Walter Vasquez, com "membros da organização criminosa".

A partir do encontro, diz a denúncia, a quadrilha de Cachoeira começou a elaborar o projeto básico e o edital de licitação, direcionados à Delta.

Abreu foi preso durante a Operação Saint Michel, na semana passada, por envolvimento nas fraudes. A denúncia cita suposta negociação, revelada pelo jornal “O Estado de S.Paulo”, entre a quadrilha e o servidor do DFTrans (empresa que gerencia o transporte no DF) Milton Martins Júnior, que está afastado do cargo.

UOL

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