Corpos eram perfurados por barras de ferro em prática pagã
Arqueólogos na Bulgária encontraram dois esqueletos datados da Era Medieval cujos peitos foram perfurados com barras de ferro para impedir que os mortos supostamente se transformassem em vampiros.
A descoberta, segundo historiadores, ilustra uma prática pagã, comum em algumas aldeias búlgaras até um século atrás.
Pessoas consideradas más tinham seus corações esfaqueados após a morte, devido a temores de que eles regressassem ao mundo dos vivos para sorver o sangue de humanos.
Descobertas arqueológicas semelhantes também foram feitas em outros países dos Bálcãs.
'Cemitérios de vampiros'
A Bulgária abriga cerca de cem áreas que serviram como locais em que pessoas tidas como vampiros foram enterradas.
Os pesquisadores encontraram os dois esqueletos, datados da Idade Média, na cidade de Sozopol, no Mar Negro.
"Estes esqueletos atravessados com barras de ferro ilustram uma prática comum em alguns vilarejos búlgaros até a primeira década do século 20'', explicou Bozhidar Dimitrov, que comanda o Museu de História Natural da capital búlgara, Sófia.
De acordo com o historiador, as pessoas acreditavam que as barras de ferro manteriam os mortos presos às suas covas de modo a impedir que elas as deixassem à meia-noite para atormentar os vivos.
Ritual
O arqueólogo Petar Balabanov, que descobriu em 2004 seis esqueletos atravessados por ''barras antivampiro'' na cidade de Debelt, no leste da Bulgária, afirmou que o ritual pagão foi também praticado na Sérvia e em outros países balcânicos.
Lendas ligadas a vampiros formam uma parte importante do folclore da região. A mais famosa é a que envolve o conde romeno Vlad, o Empalador, conhecido como Drácula, que empalava suas vítimas na guerra e bebia o sangue delas.
O mito inspirou o lendário romance gótico de Bram Stoker, Drácula, publicado em 1897, e desde então já inspirou uma série de adaptações para o cinema.
R7
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