Sexta-feira (13) é uma data recheada de superstições. Nesta sexta, muita gente evitará passar por baixo de escadas ou quebrar espelhos. Também farão de tudo para não cruzar com um gato preto.
Para alguns, o número "13" representa sinal de uma potencial catástrofe. Para outros, no entanto, até dá sorte. O antropólogo João Simões explica que o mistério e as supertições ligadas à data são comuns. Em 2012, esta é a terceira sexta-feira 13. As duas primeiras aconteceram nos meses de janeiro e de abril.
O Universitário Alan Flick diz que não seguem nenhuma superstição, mas "neste dia presto mais atenção aos possíveis sinais de algo incomum", assegura.
Já a estudante de publicidade, Paula Oliveira, conta que embora todas as "recomendações" sejam evitadas às sextas-feiras 13, o pior mesmo são as escadas. Ela diz que sempre que nota a possibilidade de passar embaixo de uma escada costuma dar a volta em vez de andar em linha reta.
"Realmente o que sempre me incomoda é passar po baixo de uma escada. Não é um sentimento definido, mas é algo que, quando acontece, percebo na hora! Eu mesma acho que é besteira, mas não me livro disso!".
As escadas são a única supertição da aluna de comunicação Thaís Sirqueira. "Não tenho nada contra sexta-feira 13, mas uma coisa é certa: não passo por baixo de escada de jeito nenhum. Não só neste dia, mas em qualquer dia do ano!".
Já Laise Lopes, de 17 anos, conta que segue duas principais regras: nunca parar no meio da rua ao meio dia de uma sexta-feira (13) e jamais parar nem ao menos perto a um cruzamento quando está próximo a meia-noite desta data. "Dizem que coisas terríveis acontecem, então, aqui em casa todo mundo evita isso por via das dúvidas", confirma.
Segundo o professor da Faculdade de Antropologia da Universidade Federal do Pará (UFPA), "nós somos seres simbólicos e damos significado ao mundo. Partimos, sempre, de crenças, além de conhecimentos comprovados, para desenvolver nossa capacidade de sobrevivência e adaptação ao resto da natureza".
O professor explica que toda a estrutura do imaginário social é socialmente construída, mas não cientifica ou institucionalmente. "São as crenças populares que estruturam o imaginário coletivo e social", diz o antropólogo.
Medo da data tem origem histórica
Ele revela que a origem do temor relacionado ao número 13 quando ele coincide com as sextas-feiras, está ligado as cruzadas religiosas no século XVI. Foi no dia 13 de outubro de 1307, uma sexta-feira, que a ordem dos Cavalheiros Templários foi considerada ilegal pelo Papa Clemente V e Felipe IV, então rei da França, mandou perseguir, prender, torturar e queimar integrantes da ordem.
João Simões conta ainda que o medo do número 13 é uma crença tão presente na mente das pessoas que a Psicologia tem nomes de fobias específicas para isso. Quem sofre com triscaidecafobia tem medo maior que o comum do número 13. Já quem só teme a Sexta-Feira 13 tem parascavedecatriafobia.
Apesar de tudo isso, em muitas culturas, o número 13 é considerado um número de sorte. Os hindus normalmente apresentam 13 estátuas de Buda. Os mexicanos primitivos adoravam treze cabras sagradas. Também nos Estados Unidos, o número treze não tem má fama, pois eram 13 Estados que, inicialmente, constituíam o país. Além disso, o lema latino da federação é "E pluribus unum" - De muitos se faz um só -, que tem treze letras.
Globo.com
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